A fronteira entre Portugal e Leão e o al-Andalus almohada era então o que sempre fora, uma marca. Aí, grupos de guerreiros que faziam dos combates um modo de vida controlavam extensas áreas de território onde os tradicionais usos agrícolas e pastoral do espaço se tinham progressivamente desgastado em proveito de uma economia assente no saque e que, com frequência, ia buscar o seu sustento às ricas áreas de retaguarda que tinham sofrido menos directamente os desastres da guerra. O baixo vale do Tejo, de um lado, a ubérrima planície do Guadalquivir, o próprio centro do al-Andalus, do outro, eram objectos de raides. Nesse vasto espaço vazio intermédio, vazio de uma organização territorial estável mas não de homens, a paisagem era pontuada por castelos que mudavam frequentes vezes de mão, tomados por um lado para logo serem abandonados ou reconquistados pelo outro.
[Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II, p. 137, Círculo de Leitores, Lisboa, 2006.]
Até breve.
[Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II, p. 137, Círculo de Leitores, Lisboa, 2006.]
Até breve.
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