Um acontecimento deixou um eco apaixonado e sentido, embora breve, nos cancioneiros: a guerra civil do Bolonhês contra D. Sancho II, que inspirou duas composições, ambas adversas ao conde. O tema e o espírito de ambas são idênticos. Trata-se da traição dos alcaides que entregaram os castelos ao conde de Bolonha, infringindo assim o juramento senhorial. (…) Ambas atacam, do ponto de vista da nobreza, a intervenção do clero a favor de D. Sancho II. Nesta guerra interveio a favor de D. Sancho o futuro Afonso X, que recordará o episódio, a propósito de acções cometidas contra ele próprio, como um caso típico de traição:
Nunca assi foi vendido
Rei Don Sanch’ en Portugal. (1)
É de crer que partiram da corte de Afonso, o Sábio, os poemas de oposição ao Bolonhês, tanto mais que este rei cultivou pessoalmente a sátira castigadora da cobardia e da traição aos valores cavaleirescos.
[António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, p. 42.]
Nota do Autor:
(1). — Cantigas de Santa Maria, n.º 235.
[António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, p. 42.]
Nota do Autor:
(1). — Cantigas de Santa Maria, n.º 235.
Até breve.
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