De resto, a Crónica de D. Afonso Henriques de Duarte Galvão também se insere nesta mesma visão providencialista da história e do destino dos reis e do reino luso. Permanecendo ainda hoje em aberto a questão da precedência ou da sequência deste texto em relação aos que Rui de Pina dedicou aos reinados posteriores, assim como a modalidade a que obedeceu a sua encomenda por parte do rei D. Manuel I (1), a crónica de Galvão não deixa de corresponder a um projecto historiográfico paralelo ou complementar aos que se ficaram a dever ao cronista-mor do reino.
[Maria Sofia Marques Condessa, A memória das cidades dos séculos XII a XIV, nas crónicas de Rui de Pina e Duarte Galvão, p. 19.]
Nota da autora:
(1). — Consulte-se a síntese de José Mattoso, “Duarte Galvão” in Dicionário de Literatura Medieval Galega e Portuguesa, ed. cit., 225-226. Segundo Lindley Cintra [Sobre o códice Alcobacense 290 (antigo 316) da Biblioteca Nacional de Lisboa, Separata do Boletim de Filologia, XXIII, 1974, 255-275], todas as cópias “solenes” da crónica de Galvão remeteriam para um códice que resultara de um texto emendado por Rui de Pina ou por alguém a seu mando, devendo o original da crónica de D. Afonso Henriques ser anterior a 1490, a data em que Pina começou o seu labor historiográfico, pelo que a data de 1505 que figura no prólogo hoje conhecido como indicativa do momento do começo da crónica poder-se-á interpretar como a dos inícios da refundição da obra de Galvão às ordens do então cronista-mor do reino. De acordo com Veríssimo Serrão (A Historiografia Portuguesa…, 126-136), o manuscrito em questão teria sido copiado e corrigido a mando de Pina na sua condição de cronista-mor a quem competiria supervisionar os textos dos cronistas-menores, devendo ser essa a condição de Galvão. Seja como for, como reconhece Mattoso, permanecem em aberto as seguintes questões: “Seria o texto redigido antes de 1490, e a data de 1505 da mão de Pina e não da de Galvão? Quando é que Galvão foi encarregado por D. Manuel de escrever as crónicas do reino?” [Ibidem, nota 35.]
[Maria Sofia Marques Condessa, A memória das cidades dos séculos XII a XIV, nas crónicas de Rui de Pina e Duarte Galvão, p. 19.]
Nota da autora:
(1). — Consulte-se a síntese de José Mattoso, “Duarte Galvão” in Dicionário de Literatura Medieval Galega e Portuguesa, ed. cit., 225-226. Segundo Lindley Cintra [Sobre o códice Alcobacense 290 (antigo 316) da Biblioteca Nacional de Lisboa, Separata do Boletim de Filologia, XXIII, 1974, 255-275], todas as cópias “solenes” da crónica de Galvão remeteriam para um códice que resultara de um texto emendado por Rui de Pina ou por alguém a seu mando, devendo o original da crónica de D. Afonso Henriques ser anterior a 1490, a data em que Pina começou o seu labor historiográfico, pelo que a data de 1505 que figura no prólogo hoje conhecido como indicativa do momento do começo da crónica poder-se-á interpretar como a dos inícios da refundição da obra de Galvão às ordens do então cronista-mor do reino. De acordo com Veríssimo Serrão (A Historiografia Portuguesa…, 126-136), o manuscrito em questão teria sido copiado e corrigido a mando de Pina na sua condição de cronista-mor a quem competiria supervisionar os textos dos cronistas-menores, devendo ser essa a condição de Galvão. Seja como for, como reconhece Mattoso, permanecem em aberto as seguintes questões: “Seria o texto redigido antes de 1490, e a data de 1505 da mão de Pina e não da de Galvão? Quando é que Galvão foi encarregado por D. Manuel de escrever as crónicas do reino?” [Ibidem, nota 35.]
Até breve.
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